Na última quinta 26/10/2023, Fernanda Muckler Pereira apresentou o trabalho intitulado “Produção e caracterização de uma biotinta contendo pele descelularizada como um potencial tratamento para lesões de pele via bioimpressão 3D” e ganhou Destaque durante o Congresso Brasileiro de Biociências Aplicadas à Saúde (CBBAS). Fernanda é bolsista de iniciação científica orientada pela Professora Drª. Patricia Pranke e graduanda do curso de Biomedicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O CBBAS tem como objetivo promover a difusão do conhecimento acadêmico-científico em ciência e saúde, destacando a importância dessas áreas para o crescimento e desenvolvimento da sociedade, com o propósito de fomentar o interesse pela pesquisa no país. Esse evento é um projeto idealizado por sete programas de pós-graduação em sete estados brasileiros e está em sua segunda edição. O CBBAS abordou uma ampla gama de tópicos de natureza multiprofissional, incluindo inovação e tecnologias, neurociências e o estudo de patologias.
O trabalho apresentado pela Fernanda faz parte de um projeto desenvolvido na UFRGS e no Instituto de Pesquisa com Células-tronco e por seus pesquisadores, Marcelo Garrido dos Santos, Gabriele Didó, Julia Pereira de Barros, Mariana Gasparotto, Drª. Debora Czarnabay, Drª Laura Sperling sob orientação da Prof.ª Draª Patricia Pranke cujo foco está direcionado para o desenvolvimento de alternativas no tratamento de lesões cutâneas e ósseas. Atualmente, o tratamento utilizado para lesões de pele extensas e profundas é o enxerto de pele alogênica, isto é, pele derivada de outros indivíduos. No entanto, esse tratamento enfrenta desafios, como a possibilidade de rejeição imunológica do material no paciente, além da escassez de doadores de pele. Dada a alta recorrência de lesões desse tipo, torna-se crucial buscar alternativas de tratamento amplamente disponíveis, reprodutíveis e acessíveis, a fim de atender a um grande número de pacientes que dependem desse tratamento para uma regeneração eficaz. Isso contribui para evitar complicações e a formação de cicatrizes, que têm implicações psico-sociais significativas para o indivíduo afetado. Portanto, o uso da bioimpressão 3D associada a células-tronco possibilita uma terapia celular direcionada para a área lesionada, através da fabricação de construtos estáveis e biocompatíveis que se integram ao tecido nativo, promovendo uma regeneração mais eficaz, com o objetivo de reduzir a rejeição do material e a formação de cicatrizes.
Nossa equipe está atualmente nas fases iniciais do projeto, otimizando as características e parâmetros dessa biotinta in vitro, antes de testar sua eficácia em modelos animais de lesão na pele.
Além disso, gostaríamos de agradecer à Office of Naval Research (ONR), por seu apoio valioso em nosso projeto de pesquisa.