Em entrevista para o Estadão, o médico chileno Pablo Rubistein – pioneiro no congelamento de sangue de cordão umbilical para tratamento de doenças e transplantes – acompanhou, radicado nos Estados Unidos hpa décadas, uma tendência mundial de surgimento e fechamento de bancos privados de células-tronco em clínicas que prometem a cura milagrosa para as mais diferentes doenças, de leucemia a Parkinson. O médico defende a intervenção do Estado, propondo bancos públicos, para evitar propagandas enganosas de aproveitadores.
No seu depoimento para o jornal brasileiro, o chileno não defende a extinção dos bancos de armazenamento privados, como fizeram Espanha e França, mas uma maior divulgação dos valores e prós e contras da iniciativa. O custo para manter é de R$ 4 mil para a coleta na maternidade mais R$ 1 mil de anuidade.
“O objetivo do banco público é ajudar pacientes hoje. O do banco privado é hipotético, e o fim é fazer dinheiro. Do ponto de vista social, é muito melhor investir num sistema que assista todos, ricos e pobres, e dá a possibilidade de mais gente sobreviver a doenças fatais”, afirmou o médico.
Rubistein foi o criador do sistema norte-americano que, desde 1992, armazena sangue do cordão umbilical para aplicação em parentes não aparentados dos doadores, além de ser o homem por trás do primeiro banco de sangue de cordão umbilical do mundo, o New York Blood Center, de 1996. No Brasil, o médico colaborou para a implementação do banco de armazenamento do Inca (Instituto Nacional do Câncer).
Fonte: Estadão